O ano de 2023 passou velozmente, não é verdade? Como é comum no início de cada ano, renovamos promessas, traçamos planos e começamos a colocar em prática ideias que estavam apenas no papel. Refletir sobre o ano que terminou significa também identificar aquilo que nos tornou melhores e mais fortes. Implica reconhecer as experiências que nos enriqueceram e nos fortaleceram. A partir dessa reflexão, podemos abrir as portas para 2024 com otimismo, nutrindo a esperança de concretizar novos planos. Seja na esfera pessoal, familiar ou profissional, as resoluções de Ano Novo geralmente envolvem o compromisso de praticar exercícios físicos, adotar uma alimentação mais saudável, dedicar-se à leitura, estudar um novo idioma, envolver-se em atividades culturais, dedicar-se mais à família e fortalecer laços de amizade.
No âmbito das bibliotecas públicas, esse cenário não é diferente. Chegou o momento de refletir sobre o papel desempenhado na comunidade, analisar os aspectos positivos do último ano e identificar áreas e ações que podem ser aprimoradas, reorganizando estratégias. Esta é a hora de “arregaçar as mangas” e planejar as ações que a biblioteca pode empreender para contribuir positivamente no novo ano. Nesse contexto, deve-se adotar uma abordagem participativa e dinâmica, ouvindo as necessidades e desejos das pessoas no que concerne às práticas informacionais, culturais e literárias. Isso não deve ser encarado como uma mera formalidade de resoluções de Ano Novo, exigindo, portanto, a elaboração de planos concretos e realizáveis.
PARTICIPAÇÃO COLETIVA: É PRECISO BUSCAR O APOIO DA COMUNIDADE
A biblioteca, enquanto um organismo dinâmico e ativo na comunidade, desempenha papel essencial ao se posicionar como protagonista no cenário que a circunda. Sua atuação deve compreender integralmente o contexto ao seu redor e agir de maneira colaborativa em diversas situações, estabelecendo parcerias fundamentais com escolas, associações, grupos sociais e outros agentes locais. Em muitas circunstâncias, essa ambiência representa o único espaço cultural e de convívio social disponível para a comunidade.
A iniciativa de convocar pessoas e entidades comunitárias para participar ativamente no planejamento das ações da biblioteca no novo ano revela-se como uma estratégia essencial. Esse processo de engajamento visa envolver e comprometer a comunidade, integrando seus habitantes na construção de um espaço que é coletivo e dinâmico, e que deve ser um reflexo genuíno das necessidades informacionais locais. Ao proporcionar esse envolvimento, a biblioteca se torna não apenas um centro de recursos informacionais, mas um verdadeiro ponto de encontro e expressão cultural, enraizado nas demandas e aspirações da comunidade.
É importante ressaltar que, contrariamente às expectativas comuns, a percepção de pertencimento à biblioteca pode variar significativamente, dependendo das especificidades sociais, econômicas, culturais e geográficas do território e da população local circundante. A maneira como a biblioteca se apresenta desempenha um papel fundamental nesse contexto, influenciando a forma como as pessoas se identificam como parte ou não do público desse ambiente. É evidente que existem alguns atores sociais que não se enxergam como participantes ativos das ações e práticas desenvolvidas pela biblioteca, revelando a importância de compreender e abordar as diversidades e percepções presentes na comunidade de forma inclusiva.
HORA DE PENSAR NOS OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E AÇÕES
Chegou o momento de planejar, e para isso, é imprescindível mobilizar todos os recursos disponíveis, destacando os potenciais humanos presentes tanto na equipe da biblioteca quanto na comunidade em geral. Estimular a participação ativa desses indivíduos é essencial. Essa colaboração efetiva permite a construção de uma agenda cultural inovadora, abrangente e enriquecedora para o ano inteiro, revelando a poderosa influência da cultura local fortalecida pelo pensamento livre, crítico e autônomo. Nesse contexto, a união de esforços se torna a chave para criar um ambiente cultural dinâmico e vibrante, capaz de refletir a diversidade e a riqueza do pensamento comunitário para além do espaço físico.
É chegada a hora de ousar, de permitir que a criatividade flua em prol do desenvolvimento social comunitário, visto que a biblioteca desempenha um papel preponderante como promotora de cidadania, seja através do acesso à informação, à leitura ou à cultura. O essencial é consolidar ao longo do ano uma relação positiva com esse espaço, potencializando conhecimento, arte, literatura e leitura. Para o ano de 2024, enfatizamos as palavras que devem nortear as bibliotecas públicas: acolhimento, pertencimento e inclusão, tudo permeado pelo cuidado mútuo. Desse modo, para viver o sonhado neste novo ano que se inicia, recordemos as palavras de Carlos Drummond de Andrade: “Para conquistar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, precisa merecê-lo, precisa torná-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, esteja consciente. É dentro de você que o Ano Novo repousa e espera desde sempre.”
Por: Lídia Eugenia Cavalcante
A participação da comunidade é de extrema importância em nossas atividades. Sem o sentimento de pertencimento e de responsabilidade coletiva, as ações não alcançarão os resultados pretendidos.